Como ter sucesso em uma empresa de pequeno e médio porte

O mercado para os novos empreendedores está cada vez mais competitivo. E a abordagem mais pragmática para a abertura de novos negócios já está com os dias contados.

Ou melhor, já passou o tempo.

Hoje em dia, uma gestão eficiente é a chave que separa os cases de sucesso dos aventureiros que acabam quebrando a cara em pouco tempo.

“Levantar todo dia de manhã para fazer uma coisa que você gosta é sinônimo de dinheiro”, diz Marcio Roberto da Silva, doutor em Administração e Negócios e professor convidado da Fundação Getulio Vargas (FGV) na STRONG nos cursos de MBA e Pós FGV nas áreas de estratégia e planejamento.

“Eu era um pouco cético em relação a isso, mas hoje entendo que quanto mais cedo entendermos que se dedicar a fazer algo muito bem feito, que você acredita muito, isso em algum momento inevitavelmente vai se tornar dinheiro”

Toda empresa é constituída por três P’s – Produto, Processos e Pessoas

As pessoas podem ocupar algumas áreas dentro da empresa, classificadas em estratégico, operacional e tático.

O professor Marcio reforça que todas as empresas têm profissionais nesses três setores, desde as grandes multinacionais até os negócios de pequeno porte.

Que, em vários casos, é uma só pessoa que acumula essas três funções.

“Só que quando isso acontece muito, você não tem uma empresa – você é uma empresa”.

É importante ressaltar a importância desses três setores. Uma dica importante é a de deixar de acumular essas três funções e contratar pessoas que se dediquem a essas áreas.

“Você tem que contratar pessoas para fazer aquilo que você está fazendo com os seus braços, e quanto mais você trabalha com os braços, menos dinheiro você vai ganhar, tenha certeza disso… “Ser um empresário não é ter um CNPJ. Ser um empresário é fazer gestão de negócios. É você ser dono do seu tempo”.

O empresário que se dedica ao operacional perde muito tempo que seria valioso para a expansão do negócio

Se você é um CEO e está tendo de fazer tarefas táticas, preencher planilhas, e está com seu tempo mais dedicado a processos do que pessoas, tem alguma coisa muito errada.

A excelência de um colaborador de um setor nem sempre acaba se traduzindo para o outro, pois as funções, atribuições e responsabilidades são bem diferentes.

O professor Marcio cita um exemplo clássico do excelente vendedor que é promovido a um cargo tático, mas não se destaca da mesma forma como o fazia quando desempenhava funções operacionais.

“É o caso em que você perde um grande vendedor e perde um grande supervisor ou coordenador, as coisas mudam, as preocupações são outras”, explica.

Claro que em empresas grandes de capital aberto, essa hierarquia é muito mais bem definida, mas mesmo empresas menores devem se atentar a isso para poder prosperar.

Inclusive as médias e pequenas empresas familiares. Muitos negócios de família acabam por simplesmente delegar cargos a parentes que não são os mais preparados para desempenhar tais funções.

E uma restruturação desses tipos de empresa é muitas vezes a saída mais adequada para o crescimento. Reforçado a tese de que não é possível obter sucesso como empreendedor sem um plano de negócios e com essa mentalidade menos profissional na hora de escolher funcionários

Começar uma empresa em sociedade com familiares também pode apresentar diversos riscos, não só à empresa, como falamos anteriormente, mas também no âmbito pessoal, refletindo de forma negativa na relação entre os familiares.

De acordo com o professor Márcio, o primeiro ponto, se você pensa em empreender, é não ter sócio. Muito se vende das grandes sociedades que prosperaram, mas nós nunca ficamos a saber das que fracassaram.

Empresas em sociedade costumam prosperar caso, ambos os sócios, tenham um alinhamento de valores e suas qualidades se complementam, além do fato de muitas vezes um dos sócios ser o responsável, financeiramente, pela entrada de capital (Como no caso do brasileiro Eduardo Saverin, que ao lado de Mark Zuckerberg, foi um dos criadores do Facebook em 2004.)

E é quando a sua empresa passar a ganhar dinheiro, segundo o professor, que você realmente vai conhecer seus sócios e a maneira que eles agem e trabalham

Outro ponto que o professor ressalta é a margem de lucro. Não é o volume de vendas que vai te enriquecer, e sim a margem de lucro da sua empresa.

“Não adianta você vender R$ 1 milhão todo mês se seus custos são de R$ 1,5 milhão. Em algum momento você vai ter problemas no fluxo de caixa”.

A visão sistêmica da empresa também é muito importante.

“Seu negócio é como se fosse o corpo humano. Se você tem um problema num órgão e não o trata, vai acabar se espalhando para outros órgãos”.

Os setores como Marketing, Vendas, Logística, Qualidade, Finanças, Contabilidade, Tecnologia, dentre outros, requerem todos muitos cuidados e atenção.

O que é modelo G5C?

Para auxiliar no desenvolvimento das pequenas e médias empresas, O professor Marcio Roberto da Silva desenvolveu o modelo G5C, focado em cinco passos:

1 Gestão de Pessoas

O primeiro passo em uma empresa é conhecer as pessoas. A má relação entre pessoas na mesma empresa muitas vezes causa problemas, independente da qualidade dos serviços executados por elas.

E inclusive, o dono da empresa deve conhecer a si mesmo.

“Como que você pode se propor a cuidar das finanças da empresa se você não consegue nem administrar seu próprio cartão de crédito? Ou ainda, como gerenciar as pessoas se você não consegue nem se dar bem com sua própria família”, indaga o professor.

Em empresas grandes, muitas vezes não há tempo para ficar checando o caráter dos funcionários, já que o foco é em processos. Em empresas menores não, isso tem um grande impacto.

É sempre bom lembrar a máxima de que pessoas são contratadas por suas hard skills e demitidas por problemas nas soft skills.

Um funcionário com boa índole, mas com pouca habilidade técnica pode ser treinado. Um funcionário habilidoso, mas com uma personalidade tóxica irá atrapalhar e provavelmente será demitido.

2 Gestão de Processos

Todas as atividades devem ser minuciosamente analisadas – o que é feito, quanto custa, por que é feito, quanto tempo leva, dentre diversas outras variáveis.

E a partir dessa análise, você certamente terá alguns números – o que leva para o próximo passo.

3 Gestão de Indicadores

Esse levantamento dos dados feito durante a gestão de processos é importante para que se possa avaliar a otimização desses processos.

E todos esses números devem ser exatos, para que na próxima fase, a gestão de ações, possa ser baseada seguramente sobre esses dados.

4 Gestão de Ações

É um plano específico de determinadas ações a serem feitas dentro de um determinado período de tempo.

“Uma coisa é ter o indicador, outra coisa é criar um plano de ação para melhorar a performance desse indicador”, explica o professor.

5 Gestão de Resultados

Nem sempre os resultados acontecem da forma como esperado. E como deve ser a sua reação diante disso?

Diversos fatores podem impactar nos resultados e nem sempre todos os passos descritos anteriormente são garantia de sucesso.

Mas o importante, segundo o professor Marcio, é seguir o processo. “Se você começa a se movimentar de uma forma diferente, as coisas vão acontecer de uma forma diferente também”.

Uma mudança na forma que sua empresa age irá, certamente, mudar os resultados que ela obtém – mesmo que não imediatamente.

Sobre a STRONG FGV

A STRONG é conveniada da Fundação Getulio Vargas com unidades em Alphaville, Osasco, São Caetano, Santo André e Santos e oferece diversos cursos de MBA, Pós-graduação, curta e média duração em diversas áreas. Acesse o site e conheça os cursos: strong.com.br

Tags: empreendedorismo | empresa de pequeno e médio porte | gestão de pessoas